Pesquisa
exclusiva comprova o que muitos já desconfiavam: maioria dos brasileiros trai o
parceiro durante o Carnaval. Depois, 40% reatam as relações
Rio
- Se para muitos amor de verão morre na praia, as paixões de Carnaval não
costumam ir além da Quarta-Feira de Cinzas. Os quatro dias de festejos do Momo
costumam arrastar foliões para uma pegação desenfreada, no embalo das
marchinhas. Corpos à mostra, fantasias sensuais e bebida liberada formam uma
combinação explosiva capaz de abalar as estruturas emocionais e partir inúmeros
corações. Pesquisa exclusiva sobre o comportamento dos casais cariocas no
Carnaval, obtida pelo DIA, revela que a “pulada de cerca” nesta época do ano é
mais comum do que a maioria imagina.
Quase
metade dos moradores do Rio de Janeiro (45%) admite já ter “chifrado” o
parceiro durante o Carnaval. A enquete, coordenada pelo Laboratório de Pesquisa
da UniCarioca, chama a atenção para o fato de que os homens estão no Abre Alas,
mas as mulheres não ficam atrás neste quesito.
Entre
elas, 50,6%, confessam já ter traído a pessoa amada várias vezes no ritmo da
batucada. Enquanto elas cedem aos desejos para “dar o troco no parceiro”, eles
dizem que agem por impulso.
Há
os que traem para variar, pela oportunidade, para chamar a atenção ou por carência.
“As mulheres estão se igualando aos homens. Antes, não tinham os mesmos
direitos”, disse Carolina Silva, de 30 anos, acompanhada de uma amiga.
Passada
a euforia, 40% dos entrevistados mostraram-se arrependidos da solteirice
momentânea e reataram o relacionamento, mas, para um terço deles, a relação não
voltou a ser como antes. Responsável pelo estudo, o professor Jaime da Silva
Pereira diz que quatro em cada dez namoros não resistem à passagem da bateria
em suas vidas.
Para
76% dos casados, namorados, enrolados ou solteiros, a chegada da festa profana
representa uma ameaça ao futuro da relação. O maior temor é o assédio, o clima
‘ninguém é de ninguém’ e o excesso de álcool. O medo de perder o amado faz com
que três em cada dez pessoas decidam festejar a data grudada no parceiro.
Outros 30% vão para a farra só com os amigos.
O
primeiro Carnaval no Rio será um desafio para o músico gaúcho Antônio Pack, 32,
e a namorada Gabriela Carano, 24. “A gente procura não dar brecha, ficar sempre
junto para não ter estresse. A mulher conquistou a liberdade e o sexo já não
influencia na traição. Depende da índole da pessoa. E não se é homem ou
mulher”, diz Antonio, que aproveitava o ensaio da Orquestra Voadora ao lado da
amada. “A gente confia um no outro, mas não gostaria que ele fosse sozinho em
bloco. As meninas não têm freio, chegam junto mesmo”, preocupa-se Gabriela.
Distância da festa para evitar brigas
Sobreviver
às ameaças da folia requer muito jogo de cintura de ambas as partes. É o que
mostra a pesquisa. Cariocas ouvidos na enquete contam que a principal tática é
a marcação cerrada no parceiro, sem dar espaço para escapadas com os amigos.
Outros 17% são mais tranquilos e dizem que uma olhadinha não arranca pedaço e
11% preferem não arriscar e partir para retiros religiosos ou viagens
sossegadas.
A
estudante Mariana Ramos, 21 anos, acredita que os homens são mais infiéis.
“Acho que quem trai mais ainda são os caras. Existe a ideia machista de que
eles podem e elas não. Com meu namorado é tranquilo. Não rola ciúme. Confiamos
um no outro”, diz ela, que não vê problemas em curtir blocos só com amigas.
Para
não cair em tentação e evitar as brigas, o psiquiatra Gustavo Ottoni aconselha
os casais a passar bem longe de bailes à fantasia e blocos de rua e não ir
atrás dos trios elétricos. “Se os dois querem ficar juntos e a relação não está
num bom momento, o ideal é combinar um programa diferente, mais calmo, como uma
praia sossegada ou ir para a Serra, para evitar o assédio de ambos os lados”,
diz.
(odia.ig.com.br)
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